sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Allain Gaussin


(faltam 14 dias.)

Pessoal:

Hoje fui à casa do Allain Gaussin fazer uma entrevista. Ele foi muito simpático comigo. Cheguei lá 5 minutos antes das quatro horas, mas como li no blog da Elen que eles não gostam de abrir as coisas nem se for 2 minutos antes, fiquei esperando do lado de fora sem tocar a campainha até dar a hora.

Quando cheguei lá, ele me recepcionou com uma xícara de café. Daí descemos para o seu estúdio, local onde foi tirada a foto. Nem digo nada: logo no começo da entrevista, derrubei todo o café pela mesa de trabalho dele!!!..... Ainda bem que não pegou em nenhuma folha de papel... Eu pedi mil desculpas, mas ele levou numa boa. Disse que foi até bacana pois assim ele vai ter para sempre uma recordação minha lá....
Depois começamos a entrevista mesmo. Ficamos falando das 16h30 até 18h00. Ele foi muito legal. Falamos principalmente sobre a relação dele com o Messiaen, de quem ele foi aluno, e sobre a música dele mesmo... Ele ficou super empolgado pelo fato de eu ter ouvido algumas gravações dele e percebido que ele trabalha bastante a temporalidade e a direcionalidade nas peças deles. Ele disse que foi bacana que eu percebi isso pois é o que realmente ele procura deixar claro nas peças dele.
Após isso, subimos de novo para a cozinha onde ele me ofereceu um chá japonês. Ele disse que vai ao Japão todo verão, pois ele é professor do curso de música em Osaka. O chá estava ótimo, mas percebi algo. O Michel havia me dito, na quarta, que eu deveria prestar atenção a sinais de cansaço nele e ter um "simancol" quando isso acontecer, pois os franceses não são muito de deixar a visita ficar o tempo que quer. Nessa hora, do chá, vi que ele começou a bocejar. Lembrei na hora do que o Michel me disse e, quando ele me ofereceu mais chá, recusei (apesar de até querer mais). No meu entendimento, foi a deixa para eu ir embora... Saí de lá às 18h30. E ainda fui ao centro à noite.....

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Outro assunto: é incrível como, no centro que vou, quando o assunto é a riqueza o negócio fica alvoraçado. Já é a terceira vez (duas nesse centro, de Vincennes; e uma no centro no 19ème) em que esse assunto entra na pauta e é a terceira vez que a discussão fica exacerbada até demais... O pessoal tem uma certa visão esquerdista (marxista?) de que tudo o que é riqueza não faz bem para a humanidade... A gente sabe que não é bem assim, mas acredito que esse assunto é ainda um certo "tabu" que eles têm aqui...
Um grande abraço e até amanhã,

Tadeu

3 comentários:

Lígia disse...

Oie...
Em relação ao Allain, ficou contente com a receptividade e gentileza...

Com a questão centro, como já conversamos, fale das situações que vivemos no Brasil, a fundação que trabalho, por exemplo, que dá cursos profissionalizantes...

Te amo

Tadeu Taffarello disse...

Resposta do Michel:

"Otimo Tadeu,
fico contente que tudo tenha dado certo,
mas o sinal nao era o bocejo, era a chicara de cha japonesa ;-)

Mas vc reagiu muito bem...


allez,

até daqui a pouco


MM"

Elen disse...

Tadeu,
o convívio com os franceses nos favorece com outras experiências. Se fosse no Brasil, um cara bem brasileiro, ele falaria: "Você me desculpa, mas eu tenho algumas coisas pra fazer..." ou então "Não vai ainda, não. Senta aí e toma mais uma chícara de chá!". Mas é bom convivermos com códigos sociais diferentes, n'est-ce pas?
Abraço.